sábado, 28 de fevereiro de 2009

Há necessidades

Há uma necessidade cada vez mais premente de dar a conhecer e de sensibilizar a população para os problemas da Saúde Mental. Há necessidade de promover uma campanha nesse sentido, porque as suas perturbações aumentam em flecha no nosso País, tal como nos países mais
desenvolvidos.
Alguns números são já assustadores:

· Mais de 20% da população adulta sofre de algum problema de Saúde Mental em certa altura da sua vida.

· O número de suicídios nos países da comunidade europeia é igual ou superior ao número de mortos em acidentes de viação.

· A depressão ocupa o quarto lugar na lista das doenças com mais prejuízos económicos (Na progressão actual ocupará o segundo, daqui por quinze anos (OMS).

· As doenças mentais acarretam um custo equivalente a 3-4 % do produto nacional bruto na Região Europeia.


Mas a atitude geral (mentalidade) mantém-se altamente segregante. O estigma da doença mental e do doente continua.
Hoje ter-se-á de interrogar: Conselho Nacional de Saúde Mental

PERANTE UMA PESSOA DOENTE ... QUAL A ATITUDE A TOMAR?

PERANTE UMA PESSOA SAUDÁVEL ... QUAL A ATITUDE A TOMAR PARA QUE ELA NÃO ADOEÇA ?

Conselho Nacional de Saúde Mental

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Antítese ?



" A tentativa de suicídio, portanto, revela não o desejo de morrer, mas uma fome desesperada de viver. "


Augusto Cury

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Sem excepção


«A sociedade exigente, perfeccionista, fria e vertiginosa em que vivemos potencia a insegurança, a solidão, a ausência de regras e limites, o abandono e a negligência, a perda de valores e respeito pelo próximo, a indiferença e a frieza emocional, a diminuição da auto-estima e da auto-confiança. Estas serão, talvez, algumas das razões que levam a que todos nós, SEM EXCEPÇÃO, estejamos, muitas vezes sem o sabermos, mentalmente doentes.»


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Permanente Alienação


"Acredito na permanente alienação dos sentidos para alcançar o desconhecido. Vivo no subconsciente; a nossa fraca mente esconde-nos o infinito."

Jim Morrison


sábado, 14 de fevereiro de 2009

O som da loucura


Chamo-me Cláudio, tenho 19 anos, sou um mercenário contratado para fazer o «trabalho sujo» da CIA, tenho um cão chamado Boss e vivo no Restelo.

Chamo-me João, tenho 19 anos, sou marido da Cláudia Shiffer, tenho um cão chamado Boss e vivo no Restelo.

Chamo-me Pedro, tenho 19 anos, sou modelo profissional e actor de cinema, tenho um cão chamado Boss e vivo no Restelo.

Chamo-me Jesus Cristo, tenho 19 anos, sou o salvador do Mundo, tenho um cão chamado Boss e vivo no Restelo.

Ultimamente desconfio de toda a gente. Não me sinto seguro em nenhum lado. É uma pena que a CIA não me deixe andar armado! O KGB já deve ter enviado alguns agentes secretos para tentar impedir a missão ultra-secreta de que fui incumbido. É uma missão crucial para a paz mundial, mas não a posso revelar a ninguém. Só posso dizer que envolve o Robert de Niro e o Presidente Bush.

As pessoas que vivem lá em casa dizem que são meus pais, mas estou convencido de que são espiões de qualquer potência estrangeira. Olham-me com um ar sério, estão sempre a perguntar-me o que se passa e dizem-me que não é saudável um rapaz da minha idade passar o dia fechado no quarto, sem fazer nada. Não percebem que tenho imensas coisas em que pensar. Tenho de planear a minha missão ao pormenor e tenho de me esconder deles!

(...)

Estou internado há 1 mês num hospital psiquiátrico. Dizem que tentei matar os meus pais com uma faca. Não me lembro bem disso, nem de muitas outras coisas dos últimos meses, mas receio que seja verdade. Vivo num mundo diferente do das outras pessoas, desde há algum tempo. Sinto-me muito envergonhado do meu comportamento, mas não tive culpa. Se eles não me tivessem tentado matar, eu não lhes teria feito mal. A CIA garantiu-me que eles conspiravam para me eliminar e impedir a minha importante missão e que por isso tinham que morrer. Limitei-me a cumprir as ordens da CIA. Todas as ordens me foram dadas através de um implante que colocaram no meu cérebro e que me permitiu ouvir as vozes dos meus chefes dentro da minha cabeça.

Aqui dão-me uns medicamentos para tomar que me fazem sentir mais tranquilo e desconfiar menos das pessoas. Às vezes ainda tenho medo que alguém apareça para me matar, mas os técnicos de saúde garantem que aqui estou em segurança e que eles cuidarão para que ninguém me faça mal. Ainda bem!

Tenho reuniões com um médico que todos os dias me pergunta se eu sei quem sou e onde estou. Ultimamente respondo-lhe que me chamo Afonso, que tenho 19 anos, que sou estudante, que tenho um cão chamado Boss, que vivo no Restelo e que estou no hospital. Tem-me dito que estou muito melhor e que depressa terei alta. Já me explicaram que tenho uma doença no cérebro. Chamam-lhe Esquizofrenia e dizem que faz parte de um enorme conjunto de doenças a que dão o nome de doenças mentais. Umas são crónicas, como a esquizofrenia, e outras poderão não o ser, como a depressão.

(...)

Dizem que a minha doença me afasta da realidade e me faz construir um mundo diferente na minha cabeça que eu julgo que é mesmo verdade.

(...)

As pessoas com esta doença podem ter vários sintomas como por exemplo a mania da perseguição ou acreditarem que falam delas na televisão, que as outras pessoas lhe adivinham os pensamentos ou lhes querem fazer mal, ouvirem vozes, ...

Disseram-me que a Esquizofrenia é uma doença crónica, que é o mesmo que dizerem que não tenho cura, mas garantem que há tratamento.

Parece que se eu for seguido em consulta e seguir o tratamento que me recomendaram, poderei ter uma vida fixe e conseguirei realizar os meus sonhos de futuro. Gostava muito de ser engenheiro.

Isabel Afonso, As Linhas do Possível

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lamentável

'Como pudeste esquecer-te? És tão burra meu Deus .. '

Convenhamos que não é uma maneira 'politicamente correcta' de começar uma entrada de blog, no entanto é devido a este pensamento que esta entrada aqui está ..
Fiquei bastante aborrecida comigo própria quando me apercebi que faltava no nosso blog qualquer referência ao questionário que temos vindo a realizar.

Pois bem, "Mundos Paralelos" é um projecto com vários objectivos a nível social. Consciencializar sociedades e anular o estigma social que ainda envolve as doenças mentais são dois deles.

Na planificação do nosso trabalho incluímos a realização de um questionário, voluntário e sigiloso, com o propósito de ficarmos com uma percepção real do conhecimento da comunidade relativamente a esta problemática, que afecta um grande número de jovens portugueses. Pretendemos identificar os mitos relacionados com as doenças mentais para, posteriormente, os pudermos esclarecer o melhor possível.
Neste momento já realizámos todos os questionários e encontramo-nos numa fase de tratamento estatístico. Esperamos que seja possível a publicação dos resultados em breve =)



'Falhados como tu não valem nada'



Deixamos aqui mais um vídeo divulgado pela UPA. Prestem atenção, reparem como não é fácil conviver com estas doenças.


domingo, 8 de fevereiro de 2009

Nova concepção, nova esperança

“De todas as barreiras a superar na comunidade, a mais importante é a estigmatização e a discriminação com ela associada para com pessoas que sofrem transtornos mentais e comportamentais”

Relatório Mundial de Saúde, 2001

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Verídico

Para o teu bem

Hoje em dia «a crise» é um tema de conversa bastante utilizado. Com tanto falar dela, ela chega mesmo, instala-se no nosso dia-a-dia e perturba-nos, por vezes, os pensamentos. Aqui ficam algumas dicas que surgiram do IV Congresso Nacional de Psiquiatria, para nos ajudar a manter a saúde mental nestes dias ... de crise!

1 - Potencia o auto-conhecimento (é importante que te conheças enquanto pessoa, percebendo as tuas limitações e aceitando-as como parte do que és);

2 - Vive uma vida afectiva satisfatória (privilegiando momentos de convívio com amigos e familiares);

3 - Fomenta a auto-estima;

4 - Promove pensamentos positivos (deixa de lado o Velho do Restelo que há em ti e encara a vida com um sorriso);

5 - Mima-te e mima aqueles que estão próximos de ti;

6 - Dá atenção ao essencial (Para quê chateares-te desnecessariamente?);

7 - Não cries expectativas irrealistas;

8 - Potencia hábitos de vida saudável;

9 - Evita o consumo de substâncias que possam causar dependência (nicotina, álcool, drogas);

10 - Aprende a relativizar situações difíceis;

11 - Sempre que possível e quando te sentires em grande tensão, faz uma pausa (procura lugares tranquilos, está com pessoas que te façam sentir bem ...);

12 - Não alimentes sentimentos/comportamentos destrutivos;

13 - Não sofras por antecipação;

14 - Pratica exercício físico com regularidade;

15 - Repensa a tua mentalidade face às doenças mentais (procura informação fundamentada e assim preparas-te, com consciência, para a possibilidade de tu ou alguém próximo vir a sofrer de uma doença mental. Aí já vais saber como reagir .. )


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

FUTURO

"O mundo vai ser um grande hospital psiquiátrico"

O psiquiatra Augusto Cury alerta para o «caminho errado» que a sociedade tem vindo a seguir.

Se as doenças mentais vão afectar quase toda a população (e convenhamos que já afectam grande parte dela) valerá mesmo a pena discriminar ? Pôr de parte ? Ignorar ?

NÃO, pois não ? Pensem nisto ..